“Quando estava no Rio, um cara me abordou no campus da UFRJ dizendo ser um ‘enviado de Deus’. Dizia que tinha uma espécie de ‘corpo fechado’, pois qualquer lugar onde frequentava, tanto no morro dos traficantes como na própria UFRJ, era bem-recebido ou bem tratado. Ele depois acabou contando que é um ex-paciente do hospital psiquiátrico que teve alta. Que quando criança sofreu um acidente empinando uma pipa de cima de um telhado, bateu a cabeça e teve perda de massa encefálica. A médica dele aconselhou-o a passar seu tempo na biblioteca da universidade, lendo livros de teologia…No final da nossa conversa, ele me disse, como se fosse o próprio arcanjo Gabriel: ‘Gostou de me conhecer?'”.
[Guilherme Kujawski, em depoimento para a série “A vida é estranha, mas é engraçada”]